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sábado, 28 de agosto de 2010

Os posts aqui do blog costumam ser sempre descontraídos e até irreverentes, às vezes. É minha forma de escrever, acho desnecessário que um veículo de informação como um blog de um Centro Acadêmico seja exacerbadamente formal - o que não significa que não o encaro com seriedade. Da mesma forma, é característica da gestão - e, logo, isso se reflete aqui no blog - buscar ser imparcial sempre que possível, de forma que consigamos atender a "gregos e troianos". Mas determinados assuntos exigem que tomemos um lado e uma abordagem mais incisiva da situação. Acho que todos os acadêmicos conhecem a precária situação do novo "Centro de Aulas" do Campus.



(E o pior de tudo é que a situação atual da construção é ainda menos desenvolvida do que a da imagem utilizada)


O assunto é extremamente delicado. Anteontem, passamos em algumas das salas dando o informativo. Anexei à continuação deste post o documento que redigimos acerca do assunto. Leiam, por favor; é de extrema importância para qualquer acadêmico da UFG do Campus Goiás. 









"Goiás, 26 de agosto de 2010.
O Centro Acadêmico XI de Maio faz um apelo aos estudantes para que leiam com atenção este documento. Embora seja extenso, ele trata de um assunto de suma importância na comunidade estudantil e que embarca uma possível reformulação em toda a estrutura do campus.

RESUMO: Documento acerca da possibilidade da necessidade de deslocamento dos estudantes do campus Cidade de Goiás da UFG para salas de aula fora do prédio da Universidade em detrimento do crescimento da quantidade de turmas existentes no campus e da falta de acomodações que comportem o corpo discente de maneira digna.

Ocorreu hoje reunião do Conselho Diretor aonde, entre diversos outros assuntos, foi discutida a estrutura física do campi e a capacidade deste para comportar o contingente de alunos existente e, mais do que isso, o acréscimo de duas novas turmas – uma de Serviço Social e uma de Filosofia – no primeiro semestre do ano de 2011. A solução inical para o problema foi a construção de um novo edifício dentro do espaço da Universidade, no qual haveria, entre outros, um número de salas suficiente para comportar os alunos dos cursos de Direito, Filosofia e Serviço Social e, por que não, futuramente, novos cursos.
A situação da obra, porém, mostra-se alarmante, tendo em vista que, devido a problemas administrativos, o contrato com a empresa responsável pode ser desfeito caso determinados critérios não sejam atendidos e, por tal razão, cogitou-se a possibilidade de não ser o novo prédio terminado até o primeiro semestre de 2011, apesar de incansáveis esforços por parte do Centro Acadêmico em reunir-se com o reitor (após mais de um mês de negociação) e da própria direção do campus em pressionar a UFG. Sendo esse o caso, a quantidade de problemas para a comunidade estudantil é de dimensões inimagináveis. A estrutura atual já não comporta o número de estudantes da casa; exemplo disso foi a transformação do antigo espaço do NPJ em sala de aula, sala essa com tamanho insuficiente para acomodar dignamente os estudantes que a ocupam. Diante da impossibilidade de acomodar os alunos, uma das soluções apontadas foi a utilização de espaços de outros prédios da cidade como salas de aula no período noturno para atender a algumas das turmas dos cursos do campi. As implicações deste deslocamento estudantil são extremamente danosas para os acadêmicos da casa em diversos aspectos.
O mais óbvio, talvez, seja a própria questão do deslocamento. A descentralização do espaço de ensino acarretaria em dificuldades de acesso – principalmente aos alunos que não moram na Cidade de Goiás e, por tal razão, utilizam os serviços de ônibus intermunicipal particular – às turmas que fossem selecionadas para ocupar os espaços fora do campi. Ocorreria um distanciamento destas turmas com espaços importantes da Universidade; o primeiro deles é o Centro Acadêmico XI de Maio, aonde os alunos – não só do curso de Direito – encontram um espaço para acessar microcomputadores, internet, descansar e, principalmente, para ter acesso a materiais deixados por professores na fotocopiadora. A distância da biblioteca também atrapalharia os acadêmicos caso necessitem de determinado livro para uma de suas aulas, forçando-os a caminhar até o “espaço central” do campi caso desejem locar um livro e, em seguida, deslocar-se de volta ao espaço aonde estariam sendo ministradas as aulas. Soma-se a isso o distanciamento com a lanchonete, com a secretaria, a sala dos professores e com o espaço de convivência com os alunos de outras turmas. Essa segregação causaria, sem sombra de dúvida, um distanciamento não só estrutural do aluno com a instituição, mas um distanciamento social dele com os outros acadêmicos e membros da Universidade, e essa relação inter-pessoal é de extrema importância na formação dos acadêmicos enquanto entes sociais, como é de conhecimento geral. Porém, além de todos estes problemas estruturais, existe uma variável muito mais profunda que deve ser considerada nesta equação.
Foi só no ano de 2009 que atingimos o estado de campus, até então, a estrutura da UFG na Cidade de Goiás não passava de uma extensão do curso de Direito de Goiânia, de forma que todos os assuntos relacionados ao campi eram resolvidos na capital. Por ser extremamente recente essa mudança, os acadêmicos do Campus Cidade de Goiás passam por um momento de total reestruturação que parece estar acontecendo mais rápido do que pode suportar a situação estrutural atual do campus. E, junto dessa reestruturação institucional, surge também a necessidade da formação de uma identidade estudantil. Cada vez mais os integrantes dos cursos disponíveis na Cidade de Goiás são moradores, nascidos aqui ou não, do município, e isso fica evidenciado ao se analisar a quantidade de alunos dos cursos de Filosofia, Serviço Social e do segundo e quarto períodos de Direito que fixaram residência em Goiás. O contato cada vez mais próximo com a Universidade contribui, invariavelmente, para essa formação de uma identidade estudantil, para que o acadêmico do Direito, da Filosofia, do Serviço Social, saibam que, mais do que ouvintes, são parte da instância que é possivelmente a mais forte dentro do espaço da Universidade, que é o corpo estudantil. São os estudantes, com suas demandas, representados pelos Centros Acadêmicos, que têm voz dentro da instituição. A negação deste papel do acadêmico dentro do espaço de uma Universidade só trará malefícios ao mesmo e, dessa forma, faz-se urgente a formação de uma identidade estudantil dentro do campus. A força do corpo dicente está, invariavelmente, nos seus anseios ao ingressar na universidade e, mais do que isso, na quantidade de indivíduos que o compõe. E a importância da localidade, de um espaço próprio, é fundamental à formação da identidade estudantil – mais do que isso, pra formação da identidade de qualquer indivíduo. O território é, historicamente, umbilicalmente ligado à formação de identidades. Segregando-se o corpo estudantil, ele acaba por ser enfraquecido.
O distanciamento de determinado grupo de estudantes dos outros que fazem parte do mesmo campus, da forma como está sendo proposto aqui, causará um prejuízo à identidade do indivíduo enquanto acadêmico que talvez não possa ser facilmente reparada em semestres seguintes. A própria distância do estudante com o núcleo do seu curso faz dele um segregado que, provavelmente, pouco saberá acerca das demandas e pleitos dos seus colegas acadêmicos.
Por fim, outro ponto que deve ser pensado acerca dessa segregação é a acomodação por parte das instâncias superiores dentro da Universidade em se tratando de viabilizar um espaço novo para o campi. Estando os estudantes “devidamente” instalados em espaços difusos, resolve-se, mesmo que muito mal, o problema da falta de salas e, dessa forma, torna-se menos urgente, ao menos às instâncias responsáveis, a viabilização de um espaço próprio do campus. É direito e dever do estudante mobilizar-se em prol do seu bem estar dentro do espaço da Universidade.
Infelizmente, caso nada seja feito a respeito da situação das obras e do espaço no campus, tudo parece convergir para a “solução” da segregação. É inviável ministrar aulas nos corredores, debaixo das árvores ou nos bancos do Nereu e, dessa forma, para evitar um enorme prejuízo intelectual aos estudantes, poderá ser acatada esta idéia. Mas a segregação não é a solução, é, infelizmente, mais uma forma que nós, membros do campus Cidade de Goiás, vamos ter que dar para nos adaptar à falta de estrutura. Falta essa que já era visívil há muito tempo, e que agora chegou a um momento crítico.
O Centro Acadêmico XI de Maio procura sempre ser bastante imparcial em se tratando de assuntos que influenciem toda a comunidade acadêmica, mas a urgência, neste momento, nos fez tomar um ponto de vista muito mais incisivo do que temos feito anteriormente. Respeitando, porém, as opiniões divergentes, forneceremos duas opções na lista
Dessa forma, gostaríamos que os acadêmicos preenchessem as listas com período, nome e se concorda ou não com a solução da segregação. A justificativa da urgência do assunto se dá no fato de que pretendemos, na próxima reunião do Colegiado de Direito, apresentar essa demanda do curso de Direito e, futuramente, junto do Centro Acadêmico Betinho, de Serviço Social, e dos estudantes de Filosofia, apresentar os posicionamentos dos acadêmicos do campus acerca do assunto na próxima reunião do Conselho Diretor. Pedimos para que, por favor, não encarem como “somente mais uma lista”; uma considerável quantidade de nomes contrários à segregação é, talvez, o combustível de que necessita a comunidade acadêmica para se mobilizar contra as demoras relativas à realização das obras estruturais no campus e essa indignação acadêmica pode ser a voz que precisava se manifestar para que fosse o pleito atendido. Da mesma forma, porém, enquanto representantes estudantis, no caso da comunidade estudantil mostrar-se majoritariamente a favor dessa descentralização, apresentaremos o resultado nas reuniões de Colegiado e Conselho Diretor.
"

INSERT


Comentem, por favor. O retorno dos estudantes sobre o assunto é de extrema importância pra nós.

2 comentários:

  1. Bom dia, pessoal...
    Parabéns pelas informações...
    Espero que os alunos estejam acompanhando... rs...

    Bom...
    Acredito que o assunto já deixou de estar assando... tá queimado! Há mais de ano essa conversa (não) acontece...
    Acredito que, realmente, se descentralizar os estudantes (principalmente, os mais novos, na Universidade) será uma perda muito grande, nesse processo de desenvolvimento de uma identidade estudantil...
    E, tem mais, concordo que será "tapar o sol com a peneira"... e, tem mais (rs...), realmente, criará uma situação "cômoda" à gestão do Campus e da UFG, já que a demanda seria solucionada por mais um ano...
    Todavia, minhas dúvidas: como está o processo licitarório? conseguiram achar outra empresa (ou melhor, estão tentando, de verdade)? Há outras alternativas, além da 'segregação' (a propósito, acho o termo meio forte... rs... não em sentido etimológico, mas, visto a carga epistemológica q ele carrega)?

    Enfim, acredito (quanta coisa pra acreditar... rs...) que estão no caminho certo, publicizando as inquietações... e não tomando decisões, ou fazendo parte delas, deliberadamente. Tem gente que não fez isso, mesmo com as melhores intenções... rs... (olha o tiro no pé... rs...)
    O EGED, novamente, seria um momento interessante para deixar essa questão mais evidente, ainda... talvez um manifesto... trazer o reitor, novamente, para explicações... para pedir, novamente, atenção...
    Então, a lista está no CAXIM?
    Caso possa ajudar em alguma coisa... (hey, hey) estamos aí (pro que der e vier...).

    Abraços.

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